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O Hobbit: Uma Jornada Inexperada e um filme incrível



Finalmente saiu. Depois dos fãs quase perderem as esperanças de verem as aventuras de Bilbo Bolseiro na tela grande, Peter Jackson consegue entregar a primeira parte da trilogia baseada no livro O Hobbit de J.R.R. Tolkien. O fato curioso é que o livro original não é grande e Jackson resolveu (inicialmente) transformar em 2 filmes, mas fez uma mudança aos 43 do segundo tempo e anunciou a 3ª parte. E isso trouxe alguns "problemas" para a 1ª parte.

Um dos problemas do filme, influenciado pela adição de uma terceira parte (ou não), é a sua duração. 169 minutos acabam sendo demais no caso do filme, já que Jackson não teve a inteligência de retirar personagens e cenas inúteis. Esse problema se consolida com a longa e chata sequência na qual o incrivelmente chato mago Radagast (Sylvester McCoy) tenta reviver um ouriço. Aliás, as cenas do personagem, embora tenha um papel relevante numa determinada parte da trama, acabam caindo no pastelão. E algumas sequências, mesmo sendo necessárias para o funcionamento da trama, acabaram ficando com cenas a mais, como se aquela versão fosse uma versão estendida para o lançamento de home video.

Outro problema é a falta de desenvolvimento dos anões, tirando Thorin, Escudo-de-Carvalho (Richard Armitage), criando um desinteresse pelo sucesso dos anões. E se outros personagens como Gandalf e Bilbo têm seus momentos durante a projeção, os anões (tirando Thorin, como eu já citei acima) acabam servindo com um alívio cômico simples e infantil, deixando o longa com um tom bem mais leve do que a trilogia do Anel. E como se a falta de desenvolvimento dos anões não bastasse, as sequências de ação, na qual os anões se envolvem em perigos (e acredite, acontece muito), terminam do mesmo modo: com Gandalf aparecendo na última hora para lançar o feitiço para salvar os anões, uma decisão irritante, mas justificável, já que isso reduziria as sequências de ação e deixaria alguns espectadores entediados durante os seus 169 minutos.

Se os anões pecam pela falta de desenvolvimento (e em alguns momentos, de carisma), o mesmo não pode ser dito de Ian McKellen e seu Gandalf. Mesmo se passando 11 anos desde a última vez que McKellen interpretou o mago (considerando, claro, que os 3 filmes da saga anterior foram filmados de uma vez), parece que foi ontem que ele fez isso. O resultado? Temos o mesmo mago gentil, amigável, de tom de voz quente e macio, mas que ao mesmo tempo, está tão desesperado quanto os outros (é incrível notar o tom calmo, porém urgente em algumas cenas chave). E Martin Freeman, entra preenchendo um papel já conhecido pelo público e consegue entrar no papel de Bilbo muito bem, dando uma performance sensacional, deixando Bilbo um personagem carismático, representando o famoso arquétipo de pessoa pacata, que não quer abandonar o conforto de seu lar.

Um dos outros pontos positivos é o avanço da tecnologia, que permitiu que o filme ficasse mais crível em relação ao universo e a gama de criaturas da terra-média de Tolkien. E se há até 9 anos atrás, Gollum impressionava (e assistindo O Retorno do Rei atualmente, ainda deixa muitos filmes no chinelo), em O Hobbit, Gollum fica mais parecido com Andy Serkis, mais uma vez, genial como a criatura. As sequências na qual vemos o rosto da criatura em close são de cair o queixo. A experiência de assistir em 3D é ligeiramente prejudicada no primeiro ato, principalmente nas cenas dentro da toca de Bilbo, onde o campo de profundidade é reduzido por causa da "anatomia" do lar de Bilbo. Mas logo, a claustrofobia da casa de Bilbo se transforma na imensidão das paisagens da Nova Zelândia, criando uma sensação de imersão impressionante em várias sequências. E o sub-vilão Azog (Manu Bennet), funciona e é responsável por sequências de ação muito boas (a cena que conta a origem do apelido de Thorin é incrivelmente bem filmada e empolgante em 3D), mas no geral, ele é apenas um artifício para ter algum perigo, já que o dragão Smaug não dá as caras durante o longa.

Embora tenha seus problemas, "O Hobbit: Uma Jornada Inexperada", é mais do que um filme divertido, é uma experiência cinematográfica sensacional. Numa sala certa, com a cópia certa, o filme é uma experiência que vale todos os centavos gastos. E que venha dezembro e "The Desolation of Smaug"!

Nota: 4/5

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