
Abraham Lincoln foi um dos presidentes (se não, o mais importante presidente) da história dos Estados Unidos da América. Muito se fala sobre ele, livros são lançados, o cara tem um fucking monumento em Washington D.C. Steven Spielberg é um dos diretores mais importantes da cultura pop. Seus filmes, principalmente os das décadas de 70 e 80, entraram nos anais da cultura pop, se tornando referência para todos os cinéfilos e nerds do mundo todo. Parece que foi ontem que eu assisti um cópia em VHS de "E.T. - O Extraterrestre" pela primeira vez na noite do meu aniversário. Assim como Lincoln foi importante para a formação dos EUA, Steven Spielberg foi importante na criação de muitos cinéfilos, nerds, diretores ou até pessoas comuns, que não se interessam por essas coisas. E o que aconteceria se Spielberg e Lincoln se juntassem? A resposta é: com certeza é melhor que "Cavalo de Guerra".
Resumindo o filme, ele narra um dos momentos mais importantes na história dos Estados Unidos: a emenda responsável pela abolição da escravidão no país. Vemos a busca de Lincoln (Daniel Day-Lewis) por "seguidores" para conseguir aprovar a emenda, no meio da Guerra Civil.
No início do filme, somos apresentados a um Abraham Lincoln simpático, doce e paciente, conversando com dois soldados negros no meio de um acampamento de guerra. Spielberg resolve adiar a aparição de Day-Lewis, mostrando apenas sua silhueta de costas, focando nos soldados, mas após um minuto, vemos Daniel Day-Lewis e seu Lincoln. E somos apresentados ao espetacular show de um homem só, e durante a primeira hora de filme, presenciamos Lewis interagindo com o universo ao seu redor sem tropeçar nem por um momento. Enquanto o roteiro tenta mostrar outras acontecimentos em paralelo, como o drama de seu filho Robert (Joseph Gordon-Levitt, de bigode) e seu desejo de ajudar no campo de guerra, o drama de sua esposa Mary Todd (Sally Field), que ainda não superou a morte de seu filho William e acha que não é nada mais que um fardo na vida do marido, a cena em que os dois brigam é, de fato um dos momentos mais incríveis entre Day-Lewis e Field, que tornam a cena fortemente emocional.
Enquanto Gordon-Levitt consegue fazer um bom personagem, o roteiro acaba deixando ele de lado nos últimos 50 minutos de filme, sendo mostrado no máximo duas vezes, só para deixar claro que ele não morreu. O filme parece divido em dois: seus primeiros 90 minutos são totalmente focados em Lincoln e Thaddeus Stevens, vivido de modo genial por Tommy Lee Jones e raramente deixa espaço para os outros atores terem o seu momento de glória. Mas, como eu citei acima, a cena entre Lewis e Field muda a situação e deixa espaço para os outros atores aproveitarem o restinho de história que sobra. O filme tem como base o seu elenco e apresenta uma história sólida, mas que deixa a desejar, devido a falta de desenvolvimento de alguns personagens secundários. Em resumo: "Lincoln" se torna uma experiência agradável graças ao alto nível de qualidade do elenco, mas acaba deixando a desejar quando testemunhamos seu desfecho.
Nota: 3.5/5
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