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"Pixels" não é tão ruim quanto pensei


Não sei vocês, mas eu fico com medo toda vez que vejo o nome Adam Sandler no pôster ou num trailer de filme. Não que ele seja um ator que falhe miseravelmente em tudo que faz, afinal, "Como Se Fosse a Primeira Vez" e "Click" são filmes bastante divertidos, mas são dois filmes que  foram lançados anos atrás e parece que hoje em dia, Sandler está falhando até mesmo em seus filmes de natureza falha. Isso basicamente explica a recepção e o meu eventual medo em assistir "Pixels", o novo "filme" envolvendo Adam Sandler e seus colegas.

O filme, baseado livremente no curta feito por Patrick Jean, acompanha o "adorável perdedor" Sam Brenner (Adam Sandler), que após ficar em segundo lugar numa competição de fliperama, não fez muita coisa com sua vida e acaba trabalhando como técnico de uma loja de aparelhos eletrônicos. Num dia de serviço qualquer, ele acaba indo trabalhar na casa de Violet (Michelle Monaghan), onde as coisas não vão muito bem porque é um filme do Adam Sandler e o par romântico dele precisa "odiar" ele. Então, ele acaba sendo convocado à Casa Branca por seu amigo de infância, o Presidente Cooper (Kevin James, quem mais?). Cooper acredita que há algo estranho no fato de uma base militar ter sido atacada por algo que parece ser o jogo Galaga e que seu amigo pode ajudar a identificar a ameaça.

Claro que depois acabamos descobrindo que se trata de um ataque de alienígenas que tiveram acesso ao conteúdo de uma sonda enviada pela NASA ao espaço no ano de 1982. A sonda teria como conteúdo imagens dos nossos jogos de videogame e do que mais estava presente na cultura americana durante a década de 1980. Os alienígenas encararam isso como um chamado para um confronto intergalático e a única esperança são os jogadores de arcade liderados por Adam Sandler.


Colocando em um texto o resumo do roteiro feito por Tim Herlihy (roteirista habitual dos trabalhos de Sandler) e Timothy Dowling (responsável por "Esposa de Mentirinha"), eu percebo o quão imbecil a história do filme realmente é. Aqui vemos um Adam Sandler completamente morto por dentro. É possível ver que o ator chegou a um ponto onde nem ousa mais tentar, afinal, o filme o coloca na pele de um personagem que já foi repetido várias vezes durante sua carreira. Por mais estranho que pareça, a sorte é o grande número de cópias dubladas que o filme recebeu. Aqui no Brasil, Sandler recebe a ajuda da voz carismática do dublador Alexandre Moreno, que tenta mascarar o fato do ator estar no piloto automático (teria ele mantido o controle de "Click" e decidido passar as filmagens do filme no modo "avançar"?).

O elenco de apoio pouco pode fazer dentro do roteiro, uma vez que Michelle Monaghan é reduzida a um mero interesse amoroso que precisa ouvir as falsas tentativas de defesa aos nerds que saem da boca de Sandler, além de ser o esteriótipo da militar durona que odeia, mas que eventualmente vai ceder ao "charme" do protagonista. Kevin James faz a mesma coisa de sempre, mas, como sempre, não chega a incomodar. Quando Josh Gad tem a oportunidade de trabalhar sozinho, ele pega a atenção do público com seu jeito carismático e geralmente exagerado. Por último no time de protagonistas, temos Peter Dinklage como o rival do personagem de Sandler. Ele seria o melhor personagem do filme se não fosse pela falta de oportunidade do roteiro de dar algum momento realmente bom ao ator.


Se o elemento humano do filme acaba ficando muito abaixo da média, o que pode valer o ingresso da projeção são as cenas onde os personagens 8-bits ganham vida e destroem tudo pelo caminho. Os pixels de "Pixels" se movimentam muito bem em tela e funcionam até mesmo em um 3D convertido cujos resultados são bastante satisfatórios. Se filme não cai aos pedaços, é graças ao esforço do diretor Chris Colombus (dos dois primeiros "Esqueceram de Mim" e "Harry Potter"), que realiza cenas de ação divertidas e que conseguem ser compreendidas pelo espectador, graças ao uso de planos abertos e estáveis (porque não merecemos um filme do Adam Sandler dirigido pelo Michael Bay, né?).

"Pixels" não é um filme totalmente fracassado em sua premissa. O longa acaba virando aquele programão com os amigos onde ninguém realmente está ligando para os furos de roteiro ou a instabilidade das piadas, além de funcionar muito bem num IMAX 3D. O único problema é que, se você não entender alguma coisa dos jogos dos anos 80, celebridades americanas ou da cultura americana nos anos 80, terá que se contentar apenas com os visuais e o Adam Sandler. Pelo menos uma dessas coisas é bem sucedida em ganhar vida na tela.

Nota: 2.5/5

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